É isso mesmo! Para o cidadão Augusto Castro-1, o candidato a reeleição a prefeito de Itabuna Augusto Castro-2 é um fenômeno político regional, o maior gestor da história do município e um político imbatível nas urnas.
Augusto-1 convenceu Augusto-2 que este será o grande vencedor, de braçada, das eleições de outubro. Ambos acreditam piamente no potencial do Augusto-2 e tentam convencer qualquer um que aparecer pela frente.
Na tarde desta quarta-feira, dia 10, os escolhidos foram os “senadores” do Café Pomar. De supetão, em pleno horário comercial, apareceram na área. Enquanto Augusto-2 convocava alguns secretários para debutarem no Casa do Seu Mariano, Augusto-1 abria seu smartphone e fazia questão de mostrar “uma pesquisa de Gasparetto”. Nela, Augusto-2 aparece com 49% das intenções de votos contra 20% de Fabrício Pancadinha.
A soma das intenções do eleitor itabunense em votar no prefeito e no deputado estadual, de acordo com os “cálculos” e as “projeções” de Augusto-1, dá 61%. Sobram 31% a serem distribuídos entre Isaac Nery, Capitão Azevedo, Chico França, Neto Badaró e Cleonice Monteiro, além dos brancos e nulos.
Augusto-2 seria – ainda segundo o “levantamento” divulgado e propagado nos bastidores por Augusto-1 – eleito com mais de 68 mil votos, considerando que, segundo a Justiça, Itabuna tem exatos 141.892 eleitores. Um fenômeno nacional, sem dúvida!
Mas, se Itabuna está vivendo momento único na sua história, experimentando uma administração extraordinária, exemplar; se as ações da atual gestão – integrada por competentes, focados e unidos técnicos especializados – são exaustivamente discutidas e planejadas; se o Executivo teve empréstimos milionários aprovados pelo Legislativo; se a Prefeitura tem dinheiro em caixa; se o prefeito convive com uma aprovação população recorde e o incondicional apoio do governador, de senadores e deputados, e da quase unanimidade dos vereadores; se Itabuna é um canteiro de obras e o Itapedro foi o maior evento popular do país, por que os “Augustos”, 1 e 2, esbaforidos, estão por aí, correndo sete freguesias, distribuindo abraços e gravando selfies a torto e direito, quando, por exemplo, deveriam estar se preparando para, acompanhados dos “bons companheiros”, integrantes da seleta “Turma do Vinho”, embarcar num avião particular – eterno sonho de consumo – com destino a Paris e, no velho Rio Sena, coração da capital francesa, curtirem a abertura das Olimpíadas?
Aparentemente, foi uma tarefa fácil Augusto-1 convencer Augusto-2 que ele é um grande líder político. Difícil, muito difícil, é – nesta altura do campeonato, faltando 85 dias para o encontro com a urna eletrônica – reconquistar a confiança do eleitor, cansado de ouvir velhas histórias, para que passe a acreditar nas eternas promessas de ambos...